Ex-moradora do Jacarezinho volta da Espanha para visitar família e reclama de tiroteio e de lançamento de bomba pela polícia em manifestantes



Via Extra

Entre os diversos moradores do Jacarezinho afetados pelo tiroteio que deixou um morto e duas pessoas feridas, na tarde desta terça-feira, uma pessoa vivia um drama singular: Laís Maria da Silva, encarregada de limpeza, de 30 anos.

Nascida e criada na comunidade, ela mora há 12 anos na Espanha, e chegou ao Rio nesta terça para visitar a família. Laís, no entanto, demorou meia-hora para conseguir entrar no Jacarezinho.

Ela estava acompanhada de sua filha, de 14 anos, que é espanhola e se assustou com o confronto.

— Tivemos que ficar ao lado do carro, porque tinha muito tiroteio. Minha filha teve um ataque de pânico, porque foi nascida e criada na Europa, não tem conhecimento disso, eu tentando tranquilizar ela. Depois de 30 minutos, não aceitei isso e decidi entrar. Peguei minha filha, 30 pessoas vieram atrás da gente, subimos e conseguimos entrar, porque moro no início da favela — conta.

Laís participou do protesto realizado na noite desta terça, após cinco dias consecutivos de tiroteios, e reclamou da repressão da Polícia Militar, que jogou bombas de gás lacrimogêneo:

— Agrediram a gente. Me sinto agredida. Não estavamos insultando eles, não saiu um palavrão da boca dos que estavam aqui, só pedíamos paz. E, de repente, uma bomba — criticou.

Um grupo de moradores do Jacarezinho realiza, na noite desta terça-feira, um protesto na Avenida Dom Hélder Câmara, na entrada da comunidade. O protesto ocorre no quinto dia consecutivo de tiroteios no local. Nesta terça, uma pessoa morreu, e outras duas ficaram feridas, durante uma operação militar.

Os manifestantes começaram a se reunir pouco após às 20h, e fecharam e reabriram a avenida Dom Hélder Câmara diversas vezes. Eles gritam palavras de ordem como "quero paz" e "justiça".

Policiais militares jogaram bombas de gás lacrimogêneo quando a o protesto chegou em frente à Cidade da Polícia, por volta das 20h50. Os manifestantes foram dispersados, mas voltaram a se agrupar novamente.

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