Baleado sobre moto e preso suspeito de associação ao tráfico e receptação, no sétimo dia de confronto no Jacarezinho



Via Extra

Moisés Martins Alves, de 28 anos, é um dos baleados nesta quinta-feira durante tiroteio no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, que deixou ainda um homem morto. Após ser socorrido na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Manguinhos e transferido para o Hospital Salgado Filho, no Méier, Alves foi preso em flagrante por tráfico e associação para o tráfico de drogas - crimes pelos quais o suspeito já tinha anotações criminais, segundo a polícia -, além de receptação de veículo roubado.

O delegado Felipe Curi, titular da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), responsável pela investigação, contou que, no momento em que foi atingido, o detido conduzia uma moto roubada e carregava uma pistola.

- As equipes desta especializada arrecadaram imagens que comprovam todo o trajeto feito por Moisés até a chegada ao referido nosocômio, bem como áudios captados por rádios comunicadores, onde seus comparsas alertam aos demais traficantes que ele foi alvejado em confronto, juntamente com outro elemento ainda não identificado, que atirou nos policiais de uma laje, veio a óbito e cujo corpo foi deixado por comparsas na UPA de Manguinhos - relatou o delegado.

O homem morto, ainda de acordo com a especializada, trocava tiros com os policiais quando foi atingido. Ele era conhecido pelo apelido de LC.

Prima do homem ferido no braço, Tamires Rosários dos Santos, de 23 anos, afirma que o parente trabalha como pedreiro, conforme o que o próprio registrou quando deu entrada no hospital. A informação é negada pela polícia.

- Ele foi baleado levando meu irmão (que é cadeirante) para a estação de trem porque ele ia para Santa Cruz porque ele mora lá e veio passar uns dias no Jacaré. O caveirão estava parado na linha do trem, não sei se foi polícia ou bandido que deu o tiro, mas nessa troca de tiros ele foi atingido no braço. Os próprios moradores levaram ele em uma burrinha (carrinho de madeira) para o posto de Manguinhos. Ele não foi atendido lá, então levaram para o Salgado Filho. Tinham policiais lá. E disseram que ele estava preso porque ele era 'radinho'. Mas ele não é 'radinho', é trabalhador, pedreiro, não tem nada a ver com o tráfico de drogas - diz Tamires.

A dona de casa, que tem quatro filhos, declarou ainda que a situação no local, já no sétimo dia seguido de confrontos, está deixando os moradores presos dentro de casa.

- As crianças não estão indo para a escola, não podem ir comprar um pão. Eu mesma estou me virando com o que tenho dentro de casa. Não pode ir comprar uma carne, ir à padaria, nada. Ontem mesmo fui jogar um lixo fora em outra área e quando voltei fiquei presa no tiroteio. Não tem coleta. O lixo está até o topo, na beira do rio. Se essa chuva piorar, vai alagar as casas dos moradores - frisa.

O intenso tiroteio fez com que, a partir das 11h40, os trens da SuperVia do ramal Belford Roxo funcionassem apenas parcialmente, sendo que entre as estações Del Castilho e Central do Brasil a operação chegou a ser suspensa. A situação foi normalizada às 15h50.

Até o momento, duas pessoas foram detidas e uma moto foi apreendida durante a incursão de policiais da CORE na região.

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