Moça tenta sequestrar aluno de 14 anos em escola na Vila Valqueire, e é liberada na delegacia em seguida


Jornal Extra - Um pai tomou um tremendo susto na tarde desta segunda-feira no colégio Elite, na Vila Valqueire, Zona Oeste do Rio. Era por volta de 12h30, hora de saída da escola, quando uma mulher de 44 anos entrou no colégio, se dirigiu à secretaria e abordou um aluno, de 14 anos. Ele afirma que a escola não quis levar o caso à polícia e que testemunhas viram a situação.

— Meu filho disse que ela dizia para ele ir embora com ela, que eu tinha falado para ela buscá-lo. Ela chegou a pegar no braço dele. Ela tentou convencer meu filho de que ela me conhecia, e, quando ele perguntou qual era o meu nome, ela não soube responder. Ele, então, chamou um inspetor, que ficou com ele até eu e a mãe dele chegarmos — afirma.

Ele disse que, ao chegar no colégio, ainda encontrou a mulher lá. Ele relata que a diretora da instituição queria liberá-la, e que alegava não ter ‘‘poder para prendê-la’’, porque ela não havia conseguido levar seu filho. Ele diz que a mulher falava em ‘’completar uma missão’’.

— Ela dizia que tinha que levar meu filho porque tinha que cumprir uma missão a mando de um tal de Marcelo, e disse que pertencia a uma igreja evangélica. Aí foi aquela confusão, e fomos parar na delegacia - conta. Segundo ele, foi preciso insistir para que o caso fosse parar na polícia, pois a escola queria deixá-la ir embora.

A mãe do rapaz fez críticas à falta de segurança no colégio.

— Naquele colégio entra quem quer, e sai quem quer! Nós pais estamos indignados! — diz ela, que conta ainda que pais e mães de alunos pretendem fazer uma manifestação contra a postura da escola.

Já na 28ªDP (Campinho), para onde a mulher foi levada, o pai do adolescente reclama que, mesmo com todas as testemunhas, a suposta sequestradora foi liberada.

— A polícia chegou a alegar que ela era dissimulada, mas o delegado sequer estava na delegacia. Eles tiveram que ligar para o delegado da 32ªDP, que disse não se tratar de um flagrante, o que fez com que ela fosse solta — disse.

No boletim de ocorrência, mostrado pelo pai do menino, foi registrado "tentativa de subtração de incapazes", com capitulação no artigo 249 do Código Penal: "Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial", que tem como pena, detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.

Procurada, a Polícia Civil ainda não se manifestou sobre o caso, mas câmeras de segurança do colégio devem ser utilizadas para ajudar na investigação.

O Colégio Elite enviou uma nota. A instituição deu uma versão diferente dos pais, que afirmam que, ao perguntar à direção por que eles não tinham chamado a PM, a resposta foi que eles próprios teriam que fazê-lo.

"Hoje (segunda-feira), na unidade do Valqueire do Elite Rede de Ensino, uma senhora tentou buscar um aluno da escola sem a devida autorização. O estudante foi mantido em segurança por um inspetor da unidade, os pais foram acionados comparecendo a escola. A polícia também foi chamada e encaminhou a senhora para 28º delegacia, onde o caso foi registrado. A direção da escola reafirma o compromisso com a segurança dos seus alunos e garante o reforço de medidas para o cumprimento desta".

O pai do aluno, agora, diz que irá, nesta terça-feira, procurar a corregedoria da Polícia Civil e ao Conselho Tutelar. Ele não sabe sequer se seus filhos - sua filha de 10 anos também estuda no local - continuarão no colégio.

— Estou meio desnorteado. Não parei para pensar ainda se eles continuam na escola. A sensação que tive foi muito ruim, estou com meu psicológico abalado — conclui.

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