Justiça dá liberdade provisória a médico acusado de estupro por paciente no consultório, em Bonsucesso, no Rio




Extra - Apenas um dia após ser preso em flagrante, após a denúncia de estupro por parte de uma paciente, o ginecologista Sílvio Pereira, de 75 anos, teve, na última sexta-feira, na audiência de custódia, liberdade provisória e condicional deferida. Na decisão, a juíza Amanda Azevedo Ribeiro Alves levou em consideração a idade avançada do acusado e o fato dele possuir doenças graves.

"Trata-se de um preso, médico ginecologista, com mais de 45 anos de profissão que possui, até esse momento, conduta ilibada", diz a decisão, que acrescenta que outras pacientes foram ouvidas para comentar sobre a conduta de Sílvio. Ademais, possui 75 anos de idade, é portador de doenças graves, o que requer uma análise deste juízo quanto à razoabilidade de imposição de medida extrema de prisão para acautelar a ordem púbica, o processo ou a aplicação da lei penal (...)".

"O crime de estupro causa grande perplexidade e deve ser encarado com total seriedade por todos os órgãos de justiça a fim de que a verdade seja trazida aos autos. Porém, nos presentes autos, considerando a primariedade do custodiado, e suas condições pessoais, com residência fixa, domicílio fixo, entendo que as medidas cautelares atenderão às finalidades legais. Vale dizer, por ora, não verifico a NECESSIDADE da conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva (...) não representando o custodiado risco para a ordem pública, para a instrução processual, nem para a aplicação da lei penal, pelos motivos expostos acima. Por ora, ainda, entendo que os fatos precisarão ser melhor esclarecidos a fim de que o Ministério Público possa embasar sua denúncia de forma assertiva e acertada, adequando-se a conduta ao fato típico previsto em lei", diz trecho do texto.

De acordo com a decisão da juíza, Sílvio Pereira terá que comparecer à 29ª Vara Criminal da Capital para assinar e justificar atividades, assim como todos os seus atos, e deve informar eventual mudança de endereço, que poderá ser autorizada ou não pela Justiça. Ele também está proibido de se aproximar ou entrar em contato com a suposta vítima ou testemunhas do caso, podendo responder por novo decreto de prisão caso descumpra. O ginecologista também não poderá praticar sua atividade de médico durante o processo.
'Se interessa por homens mais velhos?'

A denúncia detalhada feita por X, de 26 anos, na 22ªDP (Bonsucesso), na última quinta-feira levou o médico ginecologista a ser preso pela polícia. Ela conta que, por volta de 12h daquele dia, entrou no consultório e foi indagada se tinha namorado e se mantinha relações sexuais regulares. Em seguida, ela conta que Sílvio Pereira perguntou: "Você se interessa por homens assim... mais velhos, acima de setenta?". Logo depois, ele teria começado a tocar suas partes íntimas de forma violenta e a disparar palavras de baixo calão.

— Me senti muito invadida. O que eu fiz para ele achar que poderia fazer isso comigo? Saí de lá chorando sem entender o que tinha acontecido — contou ela ao GLOBO na ocasião, acreditando que o médico já estava mal intencionado.

Ainda na delegacia, ela disse ter medo, devido ao fato do médico ter informações sobre seu endereço, nome completo e documentos.

— Ele tem todas as informações a meu respeito. Tenho medo, pois não sei o que pode acontecer — desabafou.

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