Tiroteio durante operação da polícia no Jacarezinho afeta circulação de trens e atinge janela de sede de ONG


A Polícia Civil realiza, na manhã desta quinta-feira (25/1), uma operação na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. Houve intensa troca de tiros. Por causa da ação, a sede da ONG Rio de Paz teve a janela atingida por tiro, e a circulação dos trens no ramal de Belford Roxo foi realizada apenas entre Del Castilho e Belford Roxo entre 6h35 e 8h20. As partidas da Central do Brasil foram suspensas nesse período.

Segundo relatos em redes sociais, já foram ouvidos disparos no Buraco do Lacerda, no Pontilhão, na Rua da Feira e no Fundão. Um helicóptero sobrevoa a comunidade.

"Bom dia para quem mora no Jacarezinho e acorda à base de tiros".

"Aqui na altura do Supermarket o helicóptero está passando largando o aço!! Está sobrevoando muito baixo!".

"Muito tiro. Eu estava no ponto de ônibus".


A SuperVia lamentou, em nota, que os passageiros do ramal de Belford Roxo tenham sido prejudicados: "A SuperVia lamenta os transtornos, mas reforça que a medida visa a garantir a segurança de todos".

Imagem da janela da ONG atingida por um tiro

A sede da ONG Rio de Paz no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, foi atingida por um tiro que, segundo funcionários, pode ter vindo do alto, nesta manhã. Apesar de haver pessoas no local no momento, ninguém ficou ferido. A situação preocupa o fundador e diretor executivo da ONG, Antônio Carlos Costa, que no ano passado precisou mudar o endereço das aulas do projeto Rio de Música, que acontecia num outro prédio da Rio de Paz na mesma comunidade. Motivo: em um ano e meio, foi atingido por 230 tiros de fuzil e pistola em sete diferentes confrontos.

— Nossa sede fica na Rua do Rio, a Visconde de Pirajá do Jacarezinho — conta Antônio Carlos, que não está podendo entrar na comunidade, assim como outros voluntários, por conta dos frequentes confrontos. — Muita gente quer ir até lá trabalhar, ajudar, mas não pode. Está muito perigoso.

Antônio Carlos conta que o outro prédio da ONG que precisou ser abandonado pelo projeto de música havia sido construído por voluntários na localidade conhecida como Garganta do Diabo. Foram dois anos de trabalho. O local ficou conhecido como "Aquário da música" por causa de grandes janelas que permitiam a quem passava pela rua ver as aulas de flauta, baixo, teclado e canto a cerca de 50 crianças, adolescentes e até adultos da terceira idade.

— Os problemas começaram depois do colapso da UPP — relembra ele, acrescentando que chegou a levar o professor Ignácio Cano (o sociólogo do Laboratório de Análise da Violência da Uerj) ao local para ajudar a contar o número de tiros no prédio. — Até o quarto confronto, fizemos restaurações, mas além do prejuízo de trocar janelas, reboco e pintura toda hora, havia a preocupação com a segurança de todos. Um dos tiroteios foi na inauguração, e todos tivemos que nos jogar no chão. Por pouco ninguém foi ferido.

Desde o ano passado, as aulas do Rio de Música acontecem na Biblioteca de Manguinhos, ma comunidade de mesmo nome que fica em frente ao Jacarezinho.

Fonte: Extra

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