Rio terá novas metas do plano integrado de segurança com o governo federal

BRASÍLIA - Após um ano de relações conflituosas na operação de segurança pública tocada conjuntamente pelo governo federal e o estado do Rio de Janeiro, os ministros Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Torquato Jardim (Justiça) e Raul Jungmann (Defesa) se reuniram nesta quinta-feira com o governador Luiz Fernando Pezão para acertar detalhes dos trabalhos em 2018. Depois de um batimento de dados e levantamento de falhas ocorridas em 2017, ficou definida a elaboração de novas metas para o plano integrado de 2018 no prazo de 30 dias. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto, mas não contou com a presença do presidente Michel Temer.

Os novos objetivos deverão apontar metas que serão monitoradas por um comitê formado por representantes dos governos federal e estadual, segundo Raul Jungmann.. Uma próxima reunião já foi definida para sexta-feira da semana que vem no Palácio da Guanabara. Ficou estabelecida a divulgação periódica de índices criminais relacionados à atuação da força-tarefa, como roubo de cargas e apreensão de drogas. O governo fluminense foi cobrado a garantir uma maior integração das forças locais com os agentes federais e também a ser mais colaborativo no compartilhamento de dados relacionados à segurança.

— Fizemos um balanço de 2017, verificando onde podemos melhorar. Pediram mais integração, liberação de dados do ISP (Instituto de Segurança Pública), para que a parceria seja cada vez mais consolidada. É nisso que estamos empenhados — afirmou Pezão ao GLOBO.

Ministros e o governador tentam acertar os ponteiros para a continuação da força-tarefa no Rio após muitas rusgas ao longo de 2017. Trocas públicas de farpas marcaram a parceria. Em setembro, o secretário de Segurança do Rio, Roberto de Sá, afirmou que preferia dinheiro a ida de militares das Forças Armadas para ajudar no combate à escalada de violência. A declaração azedou de vez o clima interno já bem pesado à época. Vieram à tona as dificuldades de integração entre as tropas que poderiam acarretar em resultados pífios da operação.

No fim de outubro, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, fez duros ataques à cúpula da Segurança no Rio, especialmente a Polícia Militar. Ele afirmou em entrevistas à imprensa que chefes de batalhões têm ligação com o crime organizado e que o governo não consegue controlar os policiais corruptos. Torquato foi interpelado pelo governador Pezão no Supremo Tribunal Federal (STF) para se explicar, teve que falar à Câmara sobre as declarações e recebeu críticas da PM do Rio e de outros órgãos. Para Pezão, no entanto, o episódio está superado. Ele disse que não levará adianta a interpelação e que tem grande apreço por Torquato.

Via Extra

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