Discussão entre vendedores de biquínis termina em morte a tiros na Praia de Copacabana


Um vendedor ambulante de biquínis foi morto a tiros na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, na manhã do último sábado (23). O crime aconteceu por volta das 8h30, na altura do Posto 5, a cerca de um quilômetro de onde está sendo montado o palco para o réveillon na praia. Odair dos Santos, de 31 anos, teria sido ferido com quatro tiros e morreu a caminho do Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, também na Zona Sul.

De acordo com a Polícia Militar, dois suspeitos discutiam com o ambulante por causa do ponto de venda de biquínis na praia. Um deles estaria vendendo os produtos mais baratos que o usual, atrapalhando o trabalho do outro. Um dos homens, então, sacou a arma e atirou quatro vezes contra a vítima. Houve correria na praia. Policiais do 19º BPM (Copacabana) realizam buscas na região para prender os suspeitos.

Na fuga, um deles deixou cair uma mochila com documentos, biquínis e a chave de um carro, que foi encontrado pela PM e pertence a um dos suspeitos. O caso foi registrado na 12ª DP (Copacabana) e encaminhado para investigação na Delegacia de Homicídios da Capital (DH).

A vitima 

O irmão da vítima, Everaldo dos Santos, de 36 anos, que também trabalha como vendedor na orla, foi até a DH para prestar depoimento sobre o caso. Em entrevista ao EXTRA, ele disse que atua como ambulante na praia há 16 anos e, há oito, o irmão veio da Bahia para exercer a mesma profissão. Everaldo conta que, há cerca de três meses, Everaldo e outro vendedor começaram a se desentender, mas sem ameaças ou agressões mais graves.

— Foi coisa de rivalidade. Uma confusão besta por causa de venda – desabafou o irmão. Testemunhas afirmaram que todos os tiros teria sido disparados pelas costas de Odair. — Eu queria entender o que leva alguém que está na praia trabalhando a chegar lá armado. Acho que boa intenção ele já não tinha, né?

Ao todo, Everaldo, Odair e outros dois irmãos trabalhavam como ambulantes na orla de Copacabana. Eles são oriundos da cidade de Nova Fátima, na Bahia. No Rio, todos moram na localidade de Tauá, na Ilha do Governador.

No Hospital Miguel Couto, enquanto aguardava a liberação do corpo, outro irmão da vítima conversou com o EXTRA. Osvaldo dos Santos, de 33 anos, costumava comercializar biquínis para que Odair e outros ambulantes, incluindo o suposto assassino, revendessem na praia.

— Já tinha dois anos que esse rapaz também comprava biquíni comigo pra revender. Ligava e me encontrava no posto 3, no posto 4... Se estava tendo algum problema com meu irmão, por que não chegou e falou? — questiona ele.

Osvaldo relata ainda que o irmão era uma pessoa tranquila, querida por todos:

— Vivia para trabalhar e frequentar a igreja (uma congregação evangélica em Tauá). Nunca brigou nem teve problema com ninguém, até que começou essa situação.

O enterro deve acontecer na Bahia, já que a mãe de Odair é idosa e teria dificuldades para viajar para o Rio.

— Nosso Natal acabou. A gente passava todo mundo junto, na casa de algum dos irmãos, mas aí acontece isso. Estamos vendo de levar o corpo para a Bahia, para enterrar lá, porque nossa mãe já é mais idosa e não conseguiria vir — afirmou Osvaldo.

Via Extra

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