Advogado e ex-procurador do Estado é preso por estupro de filha de 6 anos, de ex-caseiros


Advogado renomado, ex-procurador do Estado de São Paulo e respeitado por colegas de profissão, o “doutor” José Ornelas de Melo, de 74 anos, foi preso preventivamente, nessa quarta-feira , dia 23, em Belo Horizonte, suspeito de um crime cercado de crueldade: o estupro de uma menina de 6 anos, filha dos ex-caseiros da fazenda dele em Florestal, na região Central do Estado. Após os abusos sexuais, o idoso ainda teria ordenado que a garotinha dissesse aos pais que os ferimentos na vagina e as várias lesões no ânus foram provocados por um cachorro da propriedade.

“O pai dela tinha sido demitido há alguns meses, e a mãe estava trabalhando lá há cerca de três meses. Nesse dia, a mãe, o namorado dela e o genro estavam conversando com o advogado e outro funcionário da fazenda em uma parte externa do imóvel. Enquanto isso, a menina e uma amiga de 8 anos brincavam na piscina”, contou a tia, de 64 anos, sob anonimato.

No fim da tarde, Melo se despediu, entrou no carro e disse que ia embora. Porém, ele retornou à propriedade por outra entrada, foi até a piscina, pegou a menina no colo e a levou para um quarto, onde consumou o abuso. “Depois de um tempo, a mãe sentiu falta da filha, foi procurar e a encontrou sangrando. Ela contou que havia sido atacada pelo cachorro”, lembrou a tia.

A piscina da casa de onde a menina foi levada pelo abusador.

A menina foi levada para um pronto-atendimento da cidade e precisou ser transferida para o Hospital Regional de Betim, na região metropolitana, onde foi descartada a possibilidade de que um animal pudesse ter provocado os ferimentos. Ela precisou passar por cirurgia, ficou dias internada e ainda hoje toma medicamentos.

Um inquérito foi aberto e, após 39 dias, o advogado foi preso no escritório dele, no bairro Prado, Oeste de BH. O homem, que não resistiu à prisão e nega o crime, está detido em um presídio de Pará de Minas, na região Central.

Crime e pena. O advogado José Ornelas de Melo foi preso por estupro de vulnerável, com pena que varia de oito a 15 anos de prisão. O Conselho Tutelar foi acionado assim que foi confirmado o abuso sexual e acompanha o caso, que corre em segredo de Justiça. A menina é acompanhada por psicólogos e conselheiras, que vão à casa da tia quase todos os dias. A criança já retornou às aulas.


Após os abusos, o doutor ameaçava matar os pais e irmã para amedrontar da garotinha.

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