Imagens da NASA mostra Iceberg maior que o Distrito Federal se desprendendo da Antártica

Imagem da NASA

Via O Globo

Pode ser uma questão de horas, dias ou meses, mas um imenso iceberg, com 6.600 quilômetros quadrados, maior que o Distrito Federal, irá se soltar da Antártica. Monitoramento do satélite Copernicus Sentinel-1 indica que a rachadura no gelo se estende por 200 quilômetros, e apenas 5 quilômetros separam o fim da fissura e o oceano. A liberação desse bloco de gelo, além de ser um sinal de alerta sobre o aquecimento do planeta, impõe ameaças ao tráfego marítimo.

Por esse motivo, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) convocou o satélite observatório CryoSat para analisar as características do iceberg. Armado com um radar altímetro, ele foi capaz de estimar as dimensões do bloco.

—Nós mapeamos a elevação do gelo sobre o oceano e estimamos que o iceberg eventual terá cerca de 190 metros de espessura média, com 1.155 quilômetros cúbicos de gelo — disse Noel Gourmelen, da Universidade de Edimburgo. — Nós também estimamos que a profundidade abaixo do nível do mar seja de até 210 metros.

Icebergs se soltam da Antártica constantemente, mas são raros os blocos com tamanha dimensão. Nesses casos, o monitoramento constante é importante pois eles têm potencial para bloquear rotas marítimas importantes. Eles também podem destruir instalações científicas e ameaçar os pesquisadores. Em 2015, um iceberg com tamanho similar flutuou em torno da plataforma de gelo Brunt, onde está instalada a base de pesquisas Halley.

— Medidas tomadas pelo CryoSat mostraram que o iceberg tinha cerca de 390 metros, então era muito espesso para se aproximar da costa, porque o mar é raso aqui — disse Ana Hogg, pesquisadora da Universidade de Leeds baseada na Halley. — Para esse novo iceberg de Larsen C, nós não estamos certos do que irá acontecer. Ele pode, de fato, até mesmo se quebrar em pedaços. Inteiro ou despedaçado, as correntes podem arrastá-lo para o norte, até as Ilhas Malvinas. Se isso acontecer, pode representar um perigo para os navios na Passagem de Drake.

Com base no histórico de circulação de icebergs, Mark Drinkwater, da Agência Espacial Europeia, afirma que o mais provável é que o novo iceberg, oriundo da plataforma de gelo Larsen C, no Mar de Weddell, siga pela Corrente Circumpolar Antártica ou para o Atlântico Sul. Outra possibilidade é que, por ser espesso, o iceberg fique preso nas águas rasas próximas à costa da Antártica e forme uma ilha de gelo.

— O que é certo, porém, é que nós vamos continuar usando o CryoSat para monitorar o seu progresso — disse Ana.

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