Taxista é preso acusado de matar a esposa, vendedora de salgadinhos, e de forjar desaparecimento dela, na Maré



Via Extra

O taxista Eduardo Martim da Silva, de 53 anos, foi preso por agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) na manhã desta sexta-feira acusado de matar a mulher, a vendedora de salgados Valdina de Souza Araújo, de 44 anos. Valdina, conhecida como Val, era moradora da Vila do João, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, e está desaparecida desde a última segunda-feira. De acordo com a investigação da especializada, o desaparecimento foi forjado pelo marido. Testemunhas ouvidas na delegacia afirmaram à polícia que Valdina era constantemente agredida por Eduardo.

Na casa onde moravam Eduardo e Valdina, agentes da DDPA encontraram um baby doll com marcas de sangue e manchas vermelhas nas paredes, colchões e panos pela casa. Em depoimento, Eduardo afirmou que o sangue era da menstruação da mulher e disse que Valdina havia saído de casa na madrugada de segunda-feira, após receber uma mensagem pelo celular. Após o crime, Eduardo teve que fugir da favela, já que estava sendo ameaçado por traficantes. Ele foi preso em Campo Grande, na Zona Oeste, na casa de uma irmã.

— Eduardo e Valdina eram casados há dez anos e ele tinha um histórico de agressões à mulher. Diversas testemunhas afirmaram que os espancamentos eram constantes e que ele é um homem ciumento, controlador e violento. Não deixava a mulher sair de casa ou ter conta no Facebook — afirmou a delegada Elen Souto, responsável pela investigação.

O EXTRA teve acesso a depoimentos de cinco testemunhas que foram à delegacia. Todas elas relatam agressões de Eduardo a Val. Num dos depoimentos, uma das testemunhas afirma que Eduardo “costumava checar todas as mensagens recebidas por Val em seu celular, além de controlar seus passos o dia inteiro” e que “não permitia que Val fosse à academia nem que tivesse amigos ou amigas”.

Outra testemunha afirmou que já ouviu Eduardo dizer a frase: “Um dia minha paciência ainda acaba com essa mulher”. Nesse depoimento, o parente de Val ainda afirma ter ouvido, na noite do desaparecimento, a porta da casa da mulher ter sido aberta várias vezes.

Num outro relato, a testemunha afirma que já presenciou diversas agressões físicas de Eduardo a Val. Numa delas, ela teria visto Eduardo apertar com força o pescoço da mulher e, por isso, teve de intervir. Também em depoimento, um morador da Maré afirma que no dia do crime Eduardo havia consumido bebidas alcoólicas e drogas e que, depois do crime, ele teria falado a amigos: “Desde 1h ela saiu e não voltou mais. Agora é só tomar uma cerveja para relaxar”.

Val tinha uma barraquinha onde vendia salgados no Leblon, na Zona Sul, e era uma moradora muito querida no Complexo da Maré. O táxi de Eduardo já foi apreendido e periciado. Para os agentes da especializada, Eduardo usou o carro para tirar o corpo da favela. A polícia ainda faz buscas para encontrar o corpo da mulher.

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